Moshé Feldenkrais nasceu em 1904 na Slavuta, um pequeno povoado da Rússia, atual República da Ucrânia. Aos treze anos emigrou, a pé, de sua cidade natal para a Palestina. Trabalhou no campo e na construção de kibutz, momento no qual surge seu interesse pelas técnicas de autodefesa. Fisicamente ativo, Feldenkrais também jogava futebol e assim lesionou um de seus joelhos, fato que foi marcante para o desenvolvimento do Método.
Em 1930 viajou para a França onde graduou-se como engenheiro elétrico e mecânico. Logo em seguida começou seu doutorado na Universidade Sorbonne, em Paris. Durante o tempo em que viveu na França, trabalhou no laboratório de física nuclear como assistente do casal Frédéric e Irène Joliot-Curie, ganhadores do prêmio Nobel de Física em 1935. Durante esses anos estudou o Jiu-Jitsu e foi um dos primeiros europeus a conquistar a faixa preta no judô em 1936. Seu conhecimento em física gerou uma compreensão singular do judô. Foi aluno direto de Jigoro Kano, criador do judô, e um de seus discípulos mais importantes.
Com a invasão nazista em Paris em 1940, fugiu para a Inglaterra, onde trabalhou para o governo britânico desenvolvendo novas tecnologias como o sonar para submarinos. Nesse período voltou a lesionar os joelhos e ficou impossibilitado de andar. À época as cirurgias de joelho não eram tão eficientes como hoje e Feldenkrais optou por um processo de auto reabilitação. Aliando seu rigor de cientista à sua imensa curiosidade pela vida e pelo ser humano, aplicou seus conhecimentos em física, biomecânica, neurologia, teorias de aprendizagem e psicologia para chegar a uma nova compreensão das funções e maturação humanas. Suas pesquisas sintetizaram, numa concepção única entre ciência e estética, o que conhecemos hoje como Método Feldenkrais.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, Feldenkrais retornou a Israel para dirigir o Departamento de Eletrônica do Exército. A partir de 1954 ele passou a viver, especificamente, de ensinar e aprimorar seu Método. No final dos anos 1950, Feldenkrais apresentou seu trabalho na Europa e nos Estados Unidos, levando seu método a ser reconhecido e apreciado. Depois de ficar doente no outono de 1981, ele parou de atender o público em geral. Faleceu em 1 de julho de 1984.
Feldenkrais escreveu cinco livros sobre o método assim como quatro livros sobre judô. Temos, hoje, uma vasta literatura produzida a partir de seus textos, entrevistas e palestras. Dirigiu, em vida, três formações de Educadores Somáticos Feldenkrais: uma em Tel Aviv, Israel (1969-1971), uma em São Francisco, Califórnia, EUA (1975-1978) e a última em Amherst, Massachusetts, EUA (1980-1983), na qual formou aproximadamente 300 novos educadores. A comunidade Feldenkrais conta com mais de 10.000 educadores em todo o mundo que utilizam o Método em diversas áreas do aprendizado humano e não humano.